sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sonhos de um brinquedo




Em um canto gelado escuro e sombrio,
Mórbida boneca esquecida com a face triste,
Em seu olhar a solidão!
Em suas vestes escuras a depressão!
Sonhava ela em ser como a boneca de louça admirada;
Sonhava ela em ser bela como a bailarina encantada;
Boneca miserável de pano em seu canto esquecida!
Jogada e rasgada, empuerada e envelhecida
Ninguém se lembrou dela,
Somente sonhou em um dia ser a escolhida,
E nas brincadeiras acolhida!
Pobre bonequinha perdida,
Um amor não soube lhe dar a vida
Somente em seu canto ficou
E lá ela se estragou,
Mofou, se desintegrou,
As traças roeram suas vestes
Os ratos lhe arrancarão pedaços
Seus restos foram jogados no lixo
Somente o que restou foram as memórias
As lembraças do amor que jamais foi esquecido
E os sonhos, da mórbida boneca!
Mas quem ligou?
Era somente sonhos de um brinquedo,
Um brinquedo que a ti amou!